Newsletter
Receba nossas últimas informações diretamente em seu e-mail.
Mantenedores
Se ao menos um quarto dos alimentos desperdiçados ou perdidos mundialmente pudesse ser recuperado, seria suficiente para alimentar 870 milhões de pessoas que passam fome no mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Além disso, a degradação de alimentos emite gases mais nocivos ao meio ambiente e saúde humana, gerando graves consequências ambientais. Por isso, cada vez mais ações que combatam o desperdício e priorizem a segurança alimentar são importantes, como o projeto dos Bancos Sociais da FIERGS, cujo Banco de Alimentos de Porto Alegre tem sido modelo inspirador para várias cidades, estados e até países, como a China, por exemplo. Recentemente, a professora universitária Siyuan Xu, da Universidade de Agricultura e Floresta do Noroeste da China esteve no complexo dos Bancos Sociais conhecendo sua operação.
Ela esteve acompanhada pela professora de Desenvolvimento Regional da UFRGS, Cátia Grisa, e pela doutoranda em Desenvolvimento Rural pela UFRGS, Beatriz Ribeiro Rocha, que durante 15 dias estiveram na China para conhecer suas políticas públicas e ações de segurança alimentar.
As visitantes foram recebidas pelo presidente do Banco de Alimentos de Porto Alegre e da Rede de Bancos de Alimentos do RS, Paulo Renê Bernhard, que explanou sobre a metodologia das instituições, entregando a elas relatórios anuais e publicações diversas, que demonstram o trabalho executado, assim como pela nutricionista chefe Adriana Lockmann e equipe de Nutrição e Saúde.
Combate ao desperdício
Apesar de produzir um quarto da produção global de grãos e liderar na produção de cereais, algodão, frutas e vegetais, cerca de 27% (ou 349 milhões de toneladas) de alimentos produzidos na China para consumo humano são perdidos ou desperdiçados anualmente, mas conforme a Global FoodBanking Network (GFN), 11% dos chineses sofrem de insegurança alimentar. Entretanto, a China vem implementando medidas importantes para abordar o desperdício de alimentos e os seus impactos nas alterações climáticas e na segurança alimentar, criando, inclusive, um banco de alimentos.
A professora da Universidade de Agricultura e Floresta do Noroeste da China ficou impressionada com todo o trabalho executado pelo Banco de Alimentos de Porto Alegre, que atua muito além da oferta de alimentos a organizações sociais localizadas em bairros mais vulneráveis. Com um modelo de gestão empresarial, o Banco de Alimentos desempenha um papel de gerenciador de desperdício, administrando três operações principais: coleta, armazenamento e distribuição qualificada de alimentos, além de realizar projetos de segurança alimentar, nutricional e de saúde.
“O que é feito aqui vai muito além de combater a fome. Há um conjunto de ações que se interligam para proporcionar uma qualidade de vida integrada e complexa aos beneficiários do Banco de Alimentos, assim como dos demais Bancos Sociais”, disse Siyuan Xu.